A Escola é Ponto de Partida, não Ponto Final

17/09/2009 14:47

Um homem se apresentou como "cobaia", para ficar congelado 100 anos. Seria testemunha viva do passado e do presente.

Quando chegou o dia do seu descongelamento, a curiosidade fez com que muitos ficassem ao seu lado para acompanhar as reações.

O primeiro lugar a ser visitado foi uma grande empresa. O homem não entendeu nada. Tudo muito diferente do seu tempo: computadores para todo lado.

Assim, foram levando aquele homem a muitos lugares e ele se espantava com as transformações tecnológicas. Tudo muito diferente!

Finalmente, lembraram-se de levá-lo à sua Escola e , ao chegar ali, que alívio! Era tudo exatamente igual, há cem anos!

        “Não importa a crise econômica, a situação brasileira ou a conjuntura mundial. O que importa é a estrutura interior, o que se tem dentro de si”.

         É duro concluir que, quanto mais inovadora e moderna se apresenta a Escola, mais desacreditada fica. Não conseguiu, apesar da idade milenar, provocar as verdadeiras e preciosas mudanças que a sociedade exige. A empresa avançou, por necessidade de sobrevivência e implantou nela mesmo tudo de que precisa para prover-se de mão-de-obra e tecnologia. Transformou-se na sua própria Escola, por ter certeza de que a proposta oficial não produziu profissionais capazes de assumir ali a menor função. Por isto, a empresa, tomou para si a responsabilidade de formar os seus operários. Inverteu-se o papel. Ou melhor, criou-se um novo modelo de Escola.

     Pierre Furter adverte que, “no campo da educação, há uma perigosa falta de acumulação das inovações. Uma descontinuidade no esforço criador, que não só provoca um grande desperdício, mas sobretudo, tira a coragem de qualquer um. É por isso que as idéias e o modernismo educacional envelhecem tão mal”. 

                                                  Textos extraídos do livro POR UMA ESCOLA HUMANA – Ivone Boechat 

    Querido leitor, tenho buscado uma maneira de compartilhar minha arte de pensar, com pessoas que querem fazer a diferença. Fazer igual é simples, mas na prática, a mudança está na atitude de respeitar o outro e isto não deve ser fácil. Acredito no professor e na educação como agentes importantes neste processo, mas é óbvio, que precisam de reconhecimento, valorização e serem respeitados como semeadores de informações.

Comendador Paullo Ramos – Artista Plástico, Escritor Ensaísta, membro da Academia Duquecaxiense de Letras e Artes, membro da FALASP- Federação das Academias de Letras e Artes de São Paulo, Diretor fundador da Galeria Arte e Fato, membro da BSGI.
(Matéria publicada no jornal IMPRENSA nº201 anoXX - de 01 a 15 de setembro de 2009)